Por Milene Costa

Procurar o que é legítimo dentro de nós é uma forma de bem-estar

 

Legitimar é um termo comum em ambientes jurídicos, no qual se faz necessário reconhecer, distinguir, apurar e legalizar algo que seja adotado conforme a lei. Se ampliarmos um pouco mais esse termo para as questões relacionadas a nossa existência, podemos destacar algo que seja razoável, compreensível, com veracidade e que seja genuíno. O que transita dentro de nós é válido, justo, lícito e legítimo?

É necessário diariamente procurar o que é legítimo dentro nós. O que compõe a experiência real e inteira nos nossos pensamentos e sentimentos. Vivemos a vida de forma performática, como no palco de um grande espetáculo. Enquanto vamos interpretando, como numa peça de teatro, nossos pensamentos e sentimentos, nos distanciamos do que é legítimo em nós. Dessa forma, a estranheza conosco se torna um adoecimento do corpo e da alma. Quanto mais performáticos somos, menos legítimos nos tornamos e, assim, se torna desconhecida a experiência real e envolvida com a nossa veracidade.

Legitimar uma experiência de pensamento e sentimentos é exercitar a verdade conosco. É uma aproximação que não requer máscaras ou fingimentos. Deixar que venha à tona o que é legítimo em nós, nos integra e une as partes que foram divididas no cenário da nossa atuação pública. É tempo de aproximação de nós mesmos com o que é reconhecido como verdadeiro. Não podemos nos esquecer que a plateia que nos assiste diariamente não deseja viver fora dos desempenhos exemplares das ilusões construídas.

Existe uma cobrança para que o que é legítimo não seja despertado, pois isso gera mudanças em todos os setores internos da nossa vida. Olhe para você mesmo. O que é legítimo na sua própria experiência com você mesmo? O que é um esforço performático para agradar ou extrair os aplausos da plateia? O quanto você está distante de você e nem tinha conhecimento disso? Legitimar nossa experiência é ter saúde na existência.

 

 

Boa semana!