Por Milene Costa

 

Quem é o outro?

Quando refletirmos sobre o outro, automaticamente, pensamos em alguém indefinido, desconhecido e fora do ambiente do nosso convívio. O outro parece ser sempre um estranho. Do ponto de vista de quem vê, ele é incógnito. É importante lembrar também o quanto somos o outro para alguém. E, no desafio de aproximação entre nós e os outros, há múltiplas barreiras a serem vencidas ao longo desse encontro.

 

O desconhecimento gera medo e o receio faz com que nossas ações sejam realizadas apenas seguindo os instintos de sobrevivência e proteção. Dessa forma, é comum que a violência, a agressividade e as ameaças contribuam para a eliminação do outro. Uma faceta da nossa ignorância é identificá-lo como inimigo. Nessa referência, criamos inimizades e distanciamentos que geram uma separação limitante sobre como podemos expandir nossa vida.

 

A convivência com o outro é uma forma de aprendizado que passa pela existência do eu como parte da vida. Não somos complementos para harmonizar, somos diferenças que integram o viver na plenitude de ser. O outro passa a ser uma abertura que nos leva a compreender a multiforme graça de existir. O indivíduo que se constrói na existência é aquele que carrega sua singularidade, mesmo mantendo as referências que o formaram. O outro é aquele que nos desafia a refazer nossos moldes vivenciais e ampliar a visão sobre a existência.

 

A existência com o outro passa a ser a maior riqueza oferecida fraternalmente pela vida. O encontro com ele nos desafia a compreender, proteger, amar, expandir, reavaliar, esclarecer, discernir, descobrir e refazer nossa maneira de viver. Somente com a abertura que o outro traz, e não com a visão limitada de que somos inimigos, é que poderemos construir laços de paz.

 

Boa semana!