Por Milene Costa

 Durante a Semana Santa, que pratiquemos a separação que nos cura

 

Tradicionalmente conhecida como a Semana Santa, temos a celebração memorial da paixão, morte e ressurreição de Jesus. É um tempo de reconhecimento que nos leva a avaliar o que de fato fazemos com todo o movimento que nos convida a repensar nosso estilo de vida. Jesus, essa presença viva, chega no tempo humano com convites irrecusáveis para rever todo sistema de crenças e estilo de vida de sua época. Não é coincidência que estejamos também sendo convidados a fazer novas checagens sobre nosso estilo de vida.

 

A morte de Jesus inaugura um novo tempo de despertar a consciência para algumas inverdades vividas durante aquela época. Sistemas falidos, vidas secas e áridas em andamentos ditatoriais, descasos humanos e separações desqualificáveis para o que Jesus chamou de “família de Deus” ou “meu povo”. Assim, a morte de Jesus nos revela em condição e situação, pois, ao matar o bem, revelamos o quanto de mal existe em nós. Assim, a morte revela a vida que se torna ausente.

 

Ainda bem que a morte não significa o ponto final e sim um movimento que desperta os que dormem, uma vez que o tempo entre a morte e a ressurreição é apenas um instante para que a cura e os movimentos de saída aconteçam. Para nascer de uma forma nova, depois de movimentos que nos retiram das inverdades, precisamos do domingo que nos levanta para viver.

 

A vida real é a ressurreição. O nascer de novo é a verdadeira celebração pascal. Nesse tempo de isolamento social, para aqueles que cultivam o valor memorial das lembranças que podem nos dar esperança, sugiro que arrume a mesa da sua casa e comungue com a possibilidade de começar um novo olhar para o que é bom, o que faz bem e o que realmente precisa ir embora da sua vida para que a ressurreição aconteça. Tudo passa, mas precisamos ir também com o que deixou de existir para começar uma nova jornada. Uma Páscoa na companhia de quem vive em nós! Jesus, o ressuscitado.

 

Boa semana!