Por Milene Costa
O ego é o instrumento que nos afasta da vida
Todos nós já sabemos alguma coisa ou já ouvimos alguns relatos sobre ego, termo de origem latina que significa “eu”. Ele também é utilizado na Filosofia, com o significado “eu de cada um”. Levado ao extremo, o ego proporciona inúmeros impactos negativos em nossa vida diária e relacional. Entre eles, nos leva ao egoísmo.
Seguindo a definição do Dr. Marià Corbí, um epistemólogo que pesquisa a sabedoria nos textos de tradição religiosa, o ego compõe um conjunto de estimuladores para as nossas ações, são eles: o desejo, o medo, a expectativa e as lembranças ou recordações. Todos os momentos em que sinto um desses motivadores do ego ameaçados, tenho atitudes que valorizam o meu EU e então o TU é totalmente desconsiderado do projeto vida.
Nessa perspectiva não teríamos pessoas egoístas e outras não egoístas. Teríamos pessoas que dão voz aos desejos, medos, expectativas e lembranças de uma forma mais intensa e assim turvam a maneira de ver a vida em sua gratuidade. É necessário perceber quando o desejo e o medo podem ser silenciados e não anulados. Pois, quando silencio o ego eu consigo baixar sua força e ver além das necessidades, tenho outra conexão além das misérias individuais. Então, o ego nada mais é do que minhas necessidades acesas no nível mais elevado.
Expectativas e lembranças são padrões ilusórios da nossa mente. Idealizamos o que não existe, o que não é, de acordo com nossos interesses. Nós agarramos as lembranças como protetores e descobrimos que elas são prisões que nos impedem de ver além. Justificamos atitudes por meio das recordações e criamos uma extensão para vivermos enclausurados no ego que nos sufoca diariamente. Uma atividade sábia que nos ajuda a viver melhor é aprender a silenciar o nosso ego, conhecendo sua voz que interpreta a realidade por meio dos desejos, medos, expectativas e lembranças. Este mês, na Ser e Pertencer, teremos o curso “Ego silenciado: desejos, medos, expectativas e lembranças”. Venha aprender a silenciar o ego.