Classificamos o verdadeiro a partir de uma perspectiva tão própria que desconfiamos de tudo, menos de nós mesmos
Somos um perigo para nós mesmos. Conceituamos, definimos, classificamos, pontuamos, interpretamos, julgamos, rotulamos, nomeamos e batemos o martelo dizendo o que é verdadeiro ou não. Tudo parece estar em nossas mãos e diante do nosso juízo. Porém, acreditar que o verdadeiro caminha ao lado de uma compreensão tão relativa da realidade é uma limitação gigantesca.
Não precisamos de muito para realizar julgamentos. As opiniões sobre a vida estão aí diante de todos. Somos médicos, psicólogos, nutricionistas, economistas, advogados, professores, doutores, veterinários ou qualquer outro profissional que a situação carecer, mesmo sem diploma. Aliás, para que um estudo qualificado se somos os donos da verdade? É tanta gente dando opinião sem saber de nada que até questionamos quem de fato se preparou para saber um pouco mais.
Lidar com a prepotência humana é algo tão complexo que não temos faculdade, mestrado ou doutorado que dê conta dessas questões. Quanto mais ignorante o sujeito é, mais se sente apto para falar sobre assuntos que não domina. Pois, quanto mais se conhece algo, menos se ousa na definição. Mas, o que a convivência humana nos mostra é que estamos cada vez mais cercados de conhecedores ignorantes de plantão.
O caminho da sabedoria tem mais silêncio do que voz. Mais serenidade do que desespero. Mais calma do que nervosismo. Mais conhecimento para compreender do que opiniões ditatoriais. Deixe o ignorante falar e não o desafie a pensar, pois ele não quer pensar e sim fazer a imposição de suas meras opiniões. A força de alguém está em ouvir quem acha que tudo sabe, mesmo que ele não tenha o conhecimento verdadeiro.
Boa Semana!