A crise antropológica em que estamos inseridos revela nossas ilusões

 

O ser humano, em sua busca incansável para expandir as chances de sobrevivência na terra, criou alguns mecanismos ilusórios para viver sem o fantasma da finitude assombrando sua existência diariamente. Por ilusão, compreende-se toda ideia que causa um engano dos sentidos, as percepções equivocadas a respeito da realidade e as diversas fantasias de interpretação sobre o que é a vida.

Os enganos em relação aos sentidos estão cada vez mais acentuados em nossos relacionamentos. Os sentidos fazem parte da existência humana e nunca deveriam ser vistos como fraqueza e sim como uma forma de captar o que as racionalidades não conseguem obter. Sentir não cabe nos esquemas racionais padronizados com a simples finalidade de controlar ou prever acontecimentos. Sentir é tão singular quanto a vida.

As percepções equivocadas a respeito da realidade são ilusórias quando se medem a partir de um único ponto de vista. O sujeito que vê, julga e define é apenas uma parte de um todo muito mais amplo que sua mera e restrita visão da realidade. Definir o que é a realidade a partir de um olhar único e exclusivo é cultivar uma ilusão que se dissipa quando outros olhares nos mostram diferentes realidades.

As diversas fantasias de interpretações sobre o que é a vida nos levam ao conflito. A vida humana tem aspectos finito, contraditório, fugaz, impermanente e vulnerável. Nada melhor do que essas características para tirar nossas ilusões e nos levar para as verdades.Mas, não é o certo ou o errado que define o que é a vida humana. É o quanto estamos conectados com as verdades acerca dela. Nos sentidos, nas percepções e nas interpretações podemos nos iludir ou nos libertar. O que vamos decidir sobre a vida humana, ilusão ou natureza?

Boa semana!

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