Todo arrependimento é válido quando faz uma reviravolta na maneira de pensar
O arrependimento é, na maioria das vezes, uma maneira de expressar nossa finitude. Por arrependimento compreendemos toda consciência que comunica dentro de nós aquilo que não deveríamos ter feito ou falado de determinada forma ou maneira. Os gregos acreditavam que o termo metanóia significava uma reviravolta na forma de pensar. Uma mudança radical nas estruturas mentais que impulsionam nosso agir.
O pesar por algo que foi feito ou falado e que não tem como voltar a atrás demonstra nossas limitações diante do que nos representa: nossa condição existencial. O arrependimento é sempre uma boa lembrança de que não estamos certos o tempo inteiro. Arrepender-se é acreditar que não estamos a todo tempo prontos para viver e que a vida é um contínuo reelaborar-se para aprender sempre.
A falta do reconhecimento do arrependimento atrapalha o amadurecimento interior e as relações interpessoais. Isso acontece, pois, na ausência de uma consciência finita, impedimos o desenvolvimento que auxilia o despertar da nossa realidade e, assim, construímos cada vez mais ilusões ao nosso respeito e do que nos cerca. Não mudar a maneira de pensar é fortificar a mente para processos de embrutecimento.
Todo arrependimento gera mudança. Toda mudança produz crescimento. O crescimento nos amadurece e nos recoloca no justo lugar existencial que diminui o adoecimento de todos nós. Reviravolta na maneira de pensar é a chamada do momento.
Boa semana!