Perder o rumo faz parte da vida

A sensação que temos é que vivemos em busca de tranquilidade, tentando aprumar nossa vida de alguma forma que transmita segurança e rotinas que justifiquem essa percepção de que tudo está no lugar. Por mais que saibamos que existem surpresas pelo caminho, a gente tenta viver sem pensar tanto nelas. Até que um dia, a vida nos surpreende e nos revela suas verdades nos empurrando para fora do prumo.

Procuramos um lar que seja acolhedor, desejamos um relacionamento que seja um lugar de descanso e afeto. Aspiramos por uma profissão que nos realize e deixe nossa marca na história. Almejamos que a vida seja generosa e nos poupe de desalentos. Mas, sabemos que não é assim que acontece. Para muitos de nós, os primeiros traumas nasceram onde não deveríamos estar. Diversas relações são mais doentias do que afetuosas, algumas profissões não impulsionam nossos dons e os desalentos estão presentes em muitas esquinas.

O resultado dessas contradições entre o que desejamos, fazemos e vivemos, muitas vezes, nos trazem uma sensação de que estamos perdidos. Na maioria das vezes, não sabemos como lidar com as surpresas da vida. E, assim, vamos vivendo numa condição de permanência e quase pertença, vivemos perdidos. Desistimos de aprumar, novamente, com medo de que tudo se perca.

Perder o rumo faz parte da vida, mas viver perdido não deveria ser uma condição permanência. Em algum momento, também inesperado, vamos encontrar novamente a bússola que nos trará para novos prumos. Perder o rumo não é condição, é uma situação que nos convida a exercitar novos olhares, sentimentos e descobrir o que realmente importa.

 

Boa semana!