Por Milene Costa

Muitas vezes é sábio voltar para o lugar que crescíamos diante dos desafios

 

Muitos dizem que é para frente que devemos seguir sempre. E, quase instintivamente, seguimos sem olhar para trás diante de pensamentos que não são nossos. Entretanto, mesmo que nossas experiências sejam avaliadas como inferiores na concepção dos outros, é o que sentimos que faz diferença para nossa vida. Por isso que, numa avalanche de incertezas, muitas vezes, saímos de um caminho que era nosso, mas logo sentimos vontade de voltar para onde os pés dão conta de andar.

 

Voltar não é um retrocesso quando envolve o critério do progresso. É necessário avaliar o nosso lugar de crescimento, de desafios a serem superados, de questões que nos fazem desconstruir barreiras, de um não que é dito para nos levar ao sim do nosso coração. É sempre tempo de avaliar quando a paz deixou de fazer parte da nossa estrada. Existem caminhos que seguimos em que a vemos substituída pela inquietação. É sempre bom voltar ao lugar da paz, mesmo que não tenhamos as respostas para todas as perguntas.

 

Dizem por aí que, em algumas ocasiões, um passo atrás nos ajuda a pegar impulso para saltar. Por muitas vezes, o voltar é o continuar de onde paramos de ver a beleza do que éramos. A volta é o retorno a essência que, de alguma forma, deixamos pelo caminho. Dentro de nós existe uma força que nos convida diariamente a voltar para nossa autopertença, pois, na maioria das vezes, estamos ouvindo as vozes que não nos pertencem.

 

Voltar é reconciliar, é curar, é sair, é libertar, é encontrar o nosso lugar e onde nos vemos com mais clareza, lucidez e entendimento sobre nós mesmos. Nas voltas que a vida nos dá, encontramos novos olhares e caminhos. No voltar, encontramos quem esquecemos que um dia fomos. Voltar a fazer o bem para nós mesmos é uma forma sábia de também servir ao outro de maneira eficaz.

 

Boa semana!