A alegria é uma sensação que carece de permissão para ser experimentada.
O campo dos sentidos é singular e subjetivo, talvez por esse motivo tão marginalizado pelo conhecimento racional, no qual a medida e a precisão podem ser coletivas e objetivas, com margem de erro mínima. Dessa forma, falar sobre sensações é refletir sobre permissões.
As permissões são dadas pelo sujeito que sente. Muitos de nós somos movidos pelo que pensamos. E os pensamentos sozinhos se tornam uma ameaça ao próprio indivíduo. Pois, uma vez que nos constitui o pensar e o sentir, nos tornamos incompletos quando desenvolvemos apenas uma forma de ver e estar na vida. Apenas uma forma de experienciar a existência é limitante e inacabada. Assim acontece com a alegria. Muitos pensam que para serem alegres tudo deve estar bem e em harmonia. Resultado desse pensamento? Não é permitido estar alegre, pois quando é que a vida estará plenamente bem e em harmonia externamente?
As sensações são experimentadas diante das permissões que o próprio indivíduo faz dentro de si mesmo. Sempre existirá motivos para que a alegria seja sentida. Sem a dependência dos acontecimentos externos, sempre existe uma perspectiva que não foi percebida. A alegria é encontro do encanto com a presença. O encantando está sempre diante e dentro de nós. A presença é a entrega para sentir e deixar ser. Alegrai-vos já dizia o sábio bíblico. Alegrai-vos! A permissão para ser alegre é a autorização para que o encantando seja mais forte que o desencanto.
Boa Semana!