Por Milene Costa

Os disfarces da arrogância são inúmeros

 

Arrogância é toda estrutura comportamental que deseja, anseia, almeja a propriedade de bens, de pessoas, de ideias, de crenças e de situações inúmeras. Arrogar para si, seja o que for, é um exercício de altivez frente a vida. Somos todos arrogantes, por mais que você acredite que não é. Nossa condição humana é marcada pela fragilidade, vulnerabilidade e finitude. O que nos remete a uma vida passageira e sem bagagens para chegar e para levar.

A arrogância se disfarça de muitas justificativas, usa muitas camuflagens para não ser assumida por nós. Aqueles que assumem a sua arrogância existencial não a usam para o bem e sim para subjugar, humilhar, oprimir, castrar e reprimir o outro. Os disfarces mais comuns da arrogância estão escondidas nas seguintes áreas que desejo destacar: relacionamento e religião.

Os nossos relacionamentos são formas de apropriação do outro. Com um disfarce de que amamos demais, desejamos impor “o melhor” para o outro. Dessa forma, deixamos de lado a consciência colaborativa e exercitamos o controle sobre os outros. Numa luta contínua, estamos tentando estabelecer quem influencia quem, quem domina quem, quem segue quem. No movimento saudável de dar as mãos e seguir, estamos, cada um no passo que convém, achando que podemos salvar uns aos outros. Arrogar para si a missão de salvar os outros é uma arrogância sem medida.

A religião se tornou um núcleo forte da arrogância. Quando Deus deixou de ser o que modela as nossas vidas e passou a ser a arma que impõe ao outro crenças, comportamentos, hábitos e pensamentos, deixamos de amar e passamos a impor, com violência, a nossa vontade e não Daquele que nos amou e nos deixou livres para cooperar. Arrogância é prática comum entre nós. A humildade é a sua vacina que pode nos aproximar da sensibilidade e da consciência do que podemos ser.

 

 

Boa semana!