Por Milene Costa
Comparar gera uma forma de aprimoramento necessário
Comparações fazem parte das nossas vivências e experiências. Uma vez que os experimentos geram referências, vamos criando formas comparativas de lidar com o que existiu e com o que aparece com novas identificações. Claro que, se a comparação não tiver um tipo de sensatez, vamos estar sempre fechados para as novidades que nos são apresentadas. Desse modo, uma reflexão sobre as comparações nos ajudam a aprimorar nossas referências ao invés de diminuir tudo que é novo frente as referências antigas.
O novo, ao ser comparado com o antigo, precisa de uma disposição para abrir espaço com o objetivo de ser aprimorado. Buscar o melhor é uma forma de comparação saudável. Comparar para rebaixar o novo frente ao antigo é uma resistência às mudanças. Por esse motivo, apresentamos duas maneiras de lidar com as comparações: aprimorar ou rebaixar via comparações. Vamos começar com os rebaixamentos como atitudes comuns frente às novidades ou mudanças.
O rebaixamento é uma forma de diminuir, tornar mais baixo o valor, o preço ou a condição de algo. Abater o que chega com um medidor do que já existe é resistir ao aprimoramento como um convite da vida. Não é o rebaixamento que valida uma comparação, mas o quanto o que chega de novo nos convida a enxergar o primor do que já existe. Esse discernimento nos ajuda a exercer a virtude da comparação com sabedoria. Por isso, a virtude do esmero é a base da comparação.
Aprimorar é apurar, aperfeiçoar e tornar algo primoroso. Desse conceito, nasce uma disposição frente à nossa existência. Tudo em nós e fora de nós precisa de primor, isto é, precisa ser melhorado, aperfeiçoado e desenvolvido. Quando comparamos algo, temos sempre um ponto de partida como objeto ou experiência de checagem. Se não tivermos com o objetivo de aprimoramento, vamos cair no engano do rebaixamento e perderemos a oportunidade do primor como condição de amadurecimento na maneira de pensar, sentir, fazer e produzir vida. Comparar só tem valor quando nos leva a aprimorar o que já existe, se for para rebaixar o que chega, fechamos a porta e recusamos o melhor que é oferecido naquele momento.
Boa semana!