Por Milene Costa

 O desespero causa danos irreparáveis

 

O ato de desesperar está associado a perda de algo momentâneo ou definitivo. Por desespero, compreende-se que o controle sobre algo que, aparentemente, estava sob domínio, se esvaiu de nossas mãos. Diante de tal situação, desesperar causa uma confusão nos pensamentos, visão turva e ouvidos fechados. Um bloqueio quase instantâneo se instala e a pessoa fica perdida no seu próprio labirinto sem pensar, ver ou ouvir.

 

Quando o desespero se instala, o primeiro obstáculo que se levanta é a incapacidade de pensar rapidamente em como podemos resolver aquela dificuldade. Os pensamentos entram em um processo de embaralhamento, gerando confusão mental. Então, brotam ideias de todas as naturezas, menos aquelas necessárias para resolver ou adaptar a situação imposta. O cérebro precisa de oxigênio para serenar. Nesse momento, se desejamos uma mente sã, é necessária uma profunda respiração que, simbolicamente, significa parar os pensamentos saltitantes para focar no que é necessário para aquele momento.

 

Outro impedimento recorrente do desespero é a visão, que pode ficar turva, nebulosa, enfumaçada. O olhar limpo, claro, lúcido nos ajuda a enxergar o que está diante de nós com precisão e estende esse olhar para ampliar as possibilidades naquele momento. Se o pensamento serenou, conseguimos ver o que existe de disponível para resolver o que for preciso. A maioria de nós fecha os olhos quando desespera ou olha para cima ou para baixo com as mãos na cabeça. Nesse momento, é necessário acalmar os olhos e encarar com clareza o que está acontecendo.

 

Por último, um dos empecilhos mais comuns na hora do desespero é fechar os ouvidos. Ficamos surdos diante das soluções apresentadas por aqueles que estão de fora e não estão afetados pelo impacto do acontecimento. Muitas vezes, estão perto de nós pessoas que dizem: “calma…respira…”, mas não queremos ouvir isso nesse momento. Abrir os ouvidos é receber as vozes que nos chamam para o centramento novamente. Serenar o ouvir é acolher o que chega daqueles que sopram em nós o que não conseguimos ouvir de nós mesmos. Desesperar jamais! As atitudes influenciadas pelo desespero são irreparáveis, mas as que são movidas pela serenidade, na hora das dificuldades, são reconciliadoras.

 

Boa semana!