Por Milene Costa

“Damos voltas e voltas, mas, na realidade, só há duas coisas: ou você escolhe a vida, ou se afasta dela”José Saramago

É uma condição humana a liberdade que cada um de nós tem de escolher o que fazer. Ao refletirmos sobre escolhas, precisamos levar em consideração o que foi decidido sem a nossa participação e o que é escolhido com a nossa intervenção. Nessa perspectiva, entende-se que existem dois momentos cruciais que marcam nossa consciência.

O primeiro momento é aquele em que decidiram por nós devido a nossa inconsciência de decisão. Quando nascemos, onde nascemos, em que condições fomos formados, nossas heranças familiares, culturais, religiosas, políticas e econômicas. Acredita-se que sem a consciência do sujeito concreto, não conseguimos intervir nessas escolhas. Mas, nascemos e fomos formados em múltiplas condições.

O segundo momento é marcado pelo despertar da consciência que nos convida a escolher o que faremos com as bagagens que herdamos. Daí, a história é com a gente. Cabe a cada um decidir quais respostar dar para os seguintes questionamentos: Como seguiremos, quais valores cultivaremos? Quais caminhos trilharemos, onde vamos superar nossos antepassados? Em qual direção nossa vida encontrará o seu propósito e como não repetiremos os equívocos que recebemos?

As escolhas são nossas, as consequências são diversas. Cada decisão que tomamos no que diz respeito a nossa própria vida, nos afeta e, ao mesmo tempo, afeta numa proporção imensurável aqueles que vem depois de nós. Toda escolha é uma apropriação de si mesmo. Assim, vamos desenhando nossas vidas, modelando o caminho, sem a inércia total de apenas seguir os passos daqueles que vieram antes de nós. As escolhas são nossas, não há quem culpar.

 

Boa semana!