Por Milene Costa

Viver sem expectativa é possível?

 

Qual é a origem das nossas expectativas? Já parou para analisar que todos os nossos pensamentos são abastecidos de imaginação e contêm expectativas? Observe como sua mente funciona. Perceba quantos pensamentos estão recheados de “como gostaríamos que fosse”, “como imaginamos que seria” e mais, nossas expectativas são referenciais fundamentados nas memórias que carregamos sobre o que deu certo ou não acerca das vivências que experimentamos.

Agora que você já sabe que a expectativa é quase automática no funcionamento da mente, pergunte-se quantas dores, frustrações, desilusões, tristezas e decepções estão associadas às nossas expectativas? Mas, você poderia pensar: “foi fulano/a que me causou essa dor” e/ou “o que eu idealizei (expectativa) sobre fulano/a que não foi efetivado e isso me gerou frustração”? Parece que nossas dores, frustrações e desilusões estão diretamente relacionadas às expectativas que criamos dentro da nossa mente, no campo da imaginação criativa.

Então, que tal pensar que a expectativa é uma medida que você estabeleceu para você mesmo? Um tipo de quadro que você pintou dentro da sua imaginação de acordo com a sua necessidade e desejos? E se a expectativa for um conjunto de desejos que você está construindo sobre o que espera de lugares e pessoas, de acordo com o seu mundo particular e, que nem esses espaços e nem essas pessoas sabem o que você criou dentro da sua mente? Alguém pode ser causador pelo cenário mental que é somente seu?

Te proponho uma nova prática que talvez seja mais coerente com a condição da natureza de viver. Que tal exercitar ir a lugares, relacionar-se com pessoas despindo-se do mundo imaginário das expectativas? Tal e qual deixar os olhos livres para contemplar situações que estão além sua mente? Deixar o coração aberto para sentir a vida em suas diversas possibilidades. Como seria a experiência do nosso dia a dia sem cultivar a expectativa?
“O não criar expectativa” pode levá-lo a experienciar o que a vida trará e que está fora das suas necessidades, desejos, medos e lembranças. É tempo de abrir espaço para ir além do mundo particular.