Por Milene Costa
Os tempos nos convidam a maleabilidade como forma de afeto
Enrijecer em tempos difíceis é um caminho que produz muito cansaço e exaustão. Quando as situações se mostram incertas, desconhecidas, incompreendidas e sem controle, precisamos da sabedoria que nos convida a flexibilizar tudo. Diante do caminho sombrio, a luz é sempre fluida e se movimenta, muitas vezes, guiada pelo vento. Assim, nossa mente, emoções e rotinas precisam exercitar a suavidade do embalo daquele momento.
Quanto mais rígidos, resistentes, brutos, ignorantes, irritadiços e sem temperança, mais perdemos a qualidade de vida e a saúde das quais precisamos para atravessar momentos que são novos e passageiros. Quem atravessa um tempo diferente somos nós. Ele não passa sozinho, nós que nos movimentamos para aquela travessia tão significativa e transformadora em nossas vidas.
O momento agora é para aprender a flexibilidade na maneira de pensar e sentir. Deixar-se em movimento interno, permitir-se a mudança da forma de compreender, relativizar o que se tornou absoluto e não cabe nessa forma mais. Abrir mão dos próprios interesses e ir além para que o todo seja beneficiado com minha ação. Deixar ir as rotinas de tempo e espaço, pois o tempo exige aprendizado que movimenta a cintura para novos ritmos e movimentos. É tempo de aceitar os limites, as restrições, a espera e a colaboração.
Toda rigidez prolonga o sofrimento. Toda negação da realidade delonga a dor. Toda resistência que cultiva o ego dilata a angústia da espera. Se ainda não entendemos é necessário escrever com letras garrafais: AMOR, SOLIDARIEDADE, COOPERAÇÃO E FLEXIBILIDADE DA MENTE E DOS SENTIDOS. Cuidar uns dos outros é praticar a flexibilidade interior.