Carregamos memórias afetivas dos tempos que não existem mais
Existe uma tendência em buscar reviver tempos que não existem mais. Muitos de nós, diante do desafio de seguir em frente rumo às transformações, sentem uma necessidade imensa de resgatar comportamentos, relacionamentos, valores, atitudes, padrões que deixaram de existir. Esse saudosismo das pessoas, em voltar ao que já não faz mais parte de suas vidas, nada mais é do que um desespero frente ao desafio que algumas mudanças proporcionam.
Memórias afetivas são incentivos para seguir em frente criando novas lembranças. Viver implica criar, reformar, reaprender e modificar todas as possibilidades que existem para que possamos entender que estabelecer marcos rígidos só nos impede de amadurecer como espécie. Quando falamos de memórias afetivas, estamos nomeando vivências que foram realmente boas. Não estamos refletindo sobre a volta por segurança diante da insegurança de aprender a viver.
As memórias afetivas deveriam ser combustíveis para continuarmos caminhando em tempos novos. Foi bom no passado, vivemos aquele momento e agora estamos sendo convidados a viver algo extraordinariamente novo. O entendimento de que estamos, como humanidade, num processo de compreender a vida na sua multiforme sabedoria, nos ajuda a criar memórias afetivas que nos salvem da barbárie e do desvalor.
Toda memória afetiva é alimentada como força para viver. Se não estamos construindo memória afetiva, não ficaremos na lembrança dos filhos e nem dos netos. Seremos apenas aqueles que desejam voltar para o que não existe mais, nos privando de vivenciar o crescimento e o amadurecimento de um chamado para aprender a viver novos tempos, criando o que mais vale a pena levar como ânimo da existência, nossas memórias afetivas. É tempo de abertura!
Boa Semana!