As despedidas são uma forma de fechar ciclos

Por alguns momentos, as pessoas vivem como se a imortalidade da forma de todas as coisas fosse real e possível. A vida é um lugar de garantias a respeito da finitude de tudo e de todos. Por esse motivo, as partidas precisam de acolhimento para que a vida não seja vista como uma carrasca que ceifa seus filhos.

Partidas são tempos que encerram ciclos em nossas vidas. O ciclo do relacionamento, da produtividade, do corpo, dos espaços, do vigor, das fases. Cada ciclo que começa tem o seu fim. Não conseguimos controlar como será esse encerramento, mas podemos viver intensamente até sua chegada. Conseguir ser o melhor que puder em cada ciclo é uma forma de viver boas partidas.

Compreender a renovação que a vida nos convida é uma forma de conexão com o que realmente é. A condição humana de finitude, precisa estar presente na mente e no coração, nas crenças e nas convicções, no conhecimento e na ignorância. A vida bem vivida é aquela que comunga com a impermanência de tudo e de todos. Assim, parece ser mais leve a vida.

Sabemos disso, falamos disso, pensamos nisso. Mas, na prática, parece não ser verdadeiro para nós. Pois, a nossa dor ainda supera o nosso acolhimento. Não aceitar as partidas, os fins, a finitude, a mortalidade, os fechamentos é esmurrar portas abertas, é golpear o vento, é correr e nunca chegar. Um cansaço sem propósito. Na jornada da existência é vital aprender a viver com o que não se pode alterar.

 

Boa semana!