Por Milene Costa
É sempre bom resgatar o amor quando o perdemos pelo caminho
Resgatar é algo que nos remete ao sequestro de algum significado de valor para nós. Talvez uma aproximação do que foi perdido, encerrado, desconectado de nós. É a vida, em toda a sua dinâmica, que muitas vezes não conseguimos acompanhar, pois a sensação que temos é de estarmos sempre atrasados para compreender. No seu dinamismo com a nossa lentidão, a gente segue se perdendo para dar conta. Por esse motivo, resgatar o que nos é raro é missão de encontro e cura para nossa existência.
Mas, quando temos que lidar com a vida diante dos seus percalços, o que deixamos pelo caminho? O amor é o primeiro a ser sequestrado de nós. O amor que recebe sem receios, que se entrega sem preço e que se molda em serviço é perdido quando encontramos desamores pelo caminho. A lida da vida nos faz deixar o melhor de nós em lugares conhecidos e não mais habitados. Por isso, o amor precisa ser resgatado dos lugares onde se tornou prisioneiro, pois não podemos viver sem o amor que nos liberta.
A alegria também se perde com a aridez das rotinas e dos compromissos. Quando somos muito responsáveis, fazemos da vida uma seriedade e de nós mesmos um pilar inabalável. A alegria é a brincadeira de viver nos desencontros e encontros. Como aquela criança que ri quando a gente tropeça. Ela acha engraçado sair do prumo para se ver. O resgate da alegria é deixar a vida elastecer dentro de nós, em seus diversos processos.
A paz de ser é a consequência dos resgates que vamos fazendo durante o percurso. É tempo de resgatar o melhor de nós para vivermos hoje, pois nos deixamos pelo caminho e nos distanciamos do melhor que podemos ser. Sequestrados em nós mesmos, pagamos caro o resgate da vida. Resgate o amor e a alegria para encontrar a paz.
Boa semana!