Por Milene Costa
É na sutileza da vida que encontramos nosso tempo como abertura
Alguns dizem que a vida é uma guerra, uma brutalidade, um esforço hercúleo para vencer, sobreviver e encontrar formas para viver melhor. Se essa for mesmo a crença que carregamos, estaremos constantemente transmitindo este sentimento para outras áreas da nossa vida. Quando dificultamos a nossa existência comum, produzimos atitudes, sentimentos e relações embrutecidas pela convivência. A vida em si é sutil. Nós, humanos, muitas vezes, mergulhamos na inaptidão de ser e endurecemos o que é flexível.
A sutileza é o lugar da finura, da ternura, da perspicácia e do raciocínio. A violência nunca foi a proposta da vida sutil. A tortura não é morada da habilidade sábia. A sutileza é o lugar do aprendizado que nos conecta a realidade, a maturidade e ao aprimoramento. Dessa forma, a sutileza é um exercício harmonioso com a maneira de pensar que reflete na maneira de relacionar.
Uma vez que recebemos a dureza daqueles que vivem conosco, passamos a acreditar que, no embrutecimento interior e das relações, encontramos o fluir da vida. Mas, na verdade, a fluidez é algo que ocorre de forma sutil. Ao permitirmos que a vida flua e encontre seu caminho, entendemos que a sutileza não é o controle e sim a abertura. O tempo é mestre em nos ensinar que o controle é uma ilusão, enquanto o chamado é a fluidez, o ideal é deixar ir, deixar ser, possibilitar a expansão.
O tempo de abertura é para cura. Sutileza é abertura para a cura do nosso coração, dos nossos pensamentos, dos nossos sentimentos e uma reviravolta na maneira de ser e viver. Carecemos de sutileza em nós e por nós. Brutos já aprendemos a ser. Que tal experimentarmos a nossa essência, a leveza de ser por meio da sutileza como exercício do amor?
Boa semana!